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Entrevista com Luiz Bellini

O legado de ser uma feira transacional se manterá na Fenatran de 2022, diz diretor de portfólio da Reed Exhibitions

Luiz Bellini é diretor de portfólio na RX (Reed Exhibitions), atuando na empresa desde 2017. Após dois anos de eventos realizados virtualmente devido à pandemia de covid-19, ele acredita que a Fenatran 2022 será um marco importante para a indústria e para o transporte de cargas brasileiro.


“A expectativa está grande. Nas conversas com os expositores, todos estão animados com os lançamentos e com as inovações que levarão para a feira. Devido aos números superiores que já temos para 2022, enxergamos um aumento no número de visitação e das vendas, com um total de negócios perto de R$ 9 bilhões”, aponta Luiz.


Confira a entrevista completa:


Luiz, a RX tem uma relação muito forte com o setor de transportes por conta da Fenatran. Qual a sua relação com o segmento de transporte como um todo e como você enxerga a importância dele para o desenvolvimento da economia brasileira?


Resposta: Comecei a trabalhar com este setor em 2018 na preparação para a Fenatran de 2019 e foi paixão à primeira vista. A força da feira está diretamente ligada à importância que o setor de transporte rodoviário de carga (TRC) tem para a economia brasileira. Afinal, é nele que é transportado mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.


Você assumiu o cargo de diretor de portfólio da Reed Exhibitions em 2020, justamente no ano em que a pandemia se alastrou pelo Brasil e atrapalhou o desenvolvimento de praticamente todos os segmentos do mundo, inclusive o de eventos. Como foi para a RX se adaptar a esse momento e quais lições vocês aprenderam a partir da pandemia?


Foram dois anos de muita paciência e reinvenção. Como muitas empresas no mundo todo, precisamos pisar no freio, entender o que estava acontecendo e nos reestruturar. A nossa capacidade de manter os investimentos em tecnologia e testar novas soluções foi fundamental para voltarmos mais fortes.


A maior lição foi entender que mesmo nos momentos mais difíceis é importante manter a calma, pensar que tudo tem solução e que ninguém faz nada sozinho – somos parte de um todo conectado. A RX saiu da pandemia mais unida, global e com um novo posicionamento.


Falando agora de 2022, ano em que teremos a volta oficial da Fenatran de forma totalmente presencial. A organização do evento tem realizado alguns encontros do Rota Digital Fenatran. Quais são os principais objetivos desses eventos e qual o feedback vocês têm recebido sobre eles? A tendência é que esse modelo continue nos próximos anos?


A Rota Digital Fenatran fez parte da reinvenção da RX de 2020 para 2021. Lançamos esse projeto em março do ano passado, e foi a maior ação digital da empresa na América Latina, algo que chamou a atenção de todos na companhia. Foi um novo jeito de fazer eventos.

Entendemos que nada vai substituir a feira presencial, mas as iniciativas digitais ajudarão o mercado a ser manter conectado por um período constante. Ainda, entre uma edição e outra da Fenatran, a Rota Digital permanecerá com encontros para relacionamento e troca de conhecimento e de conteúdo.


O último desses encontros aconteceu no final de agosto, na sede da NTC&Logística, e teve como principal tema “Os caminhos do transporte rodoviário no Brasil”. Qual a importância de se utilizar o nome da Fenatran e de reunir representantes das entidades de classe do setor para discutir temas tão importantes e que afetam diretamente a economia do país?


O nome Fenatran é muito forte. Quando converso com as pessoas do setor de transporte rodoviário de carga, no Brasil e no exterior, todos são unânimes em afirmar que a Fenatran é única. Imagina isso ao longo dos anos, com muito trabalho e apoio das associações do setor de transporte e logística! O resultado só poderia ser a expectativa de resultados superiores em 2022 em relação à última edição, com potencial para ser a maior edição da história. Os números esperados para este ano foram apresentados no encontro de agosto na sede da NTC&Logística: 20% a mais de expositores e uso da capacidade máxima do pavilhão. Ainda, na área externa, ampliaremos da pista de test drive. Vale lembrar que vemos o fortalecimento do setor de intralogística, com a Movimat, e oportunidades para o novo setor de last mile.


Falando agora do nosso principal foco da entrevista: a Fenatran 2022. São mais de 500 marcas confirmadas e um crescimento de 20% em relação à última edição. A área de exposição do evento, que também contabiliza espaço para realização de testes em pista, será de 100 mil m². Qual a expectativa de vocês para a feira deste ano?


Como eu disse, a expectativa está grande. Nas conversas com os expositores, todos estão animados com os lançamentos e com as inovações que levarão para a feira. Devido aos números superiores que já temos para 2022, enxergamos um aumento no número de visitação e das vendas, com um total de negócios perto de R$ 9 bilhões. Esta é a força da Fenatran – o legado de ser uma feira transacional se manterá.


É fato que a pandemia acelerou e muito a entrada e desenvolvimento da tecnologia no setor de transportes, e a Fenatran é um marco para todo o segmento. Quais tendências serão apresentadas na feira que você pode adiantar para nós e que terão um impacto positivo na vida dos transportadores nos próximos anos?


A pandemia realmente acelerou os investimentos em tecnologia e em digitalização. Isso aconteceu conosco e com muitas empresas com as quais mantenho conversas. Vejo que o setor de transportes conseguiu atender a alta demanda que surgiu com as compras on-line e, por isso, recebeu investimentos em tecnologia de gestão, de monitoramento e de atendimento aos transportadores e motoristas. Isso é somente um exemplo. Podemos ainda ver o crescente mercado de aplicativos de compartilhamento de carga, que trouxe oportunidades de ampliação dos negócios. Na Fenatran, os visitantes verão os lançamentos e as novas tecnologias que serão implementadas agora e nos próximos dois anos, principalmente inovações ligadas aos sistemas de direção autônoma, de eletrificação e de sustentabilidade.


A edição deste ano da Fenatran também marcará a chegada do Proconve P8 ao Brasil. No evento, as montadoras de caminhões e ônibus apresentarão suas apostas com relação à norma Euro 6 e revelarão quais tecnologias vão utilizar para garantir que os veículos emitam menos poluentes. Qual o impacto dessa nova norma não apenas o setor de transporte, mas no meio ambiente como um todo?


Eu vejo isso de forma muito positiva. Afinal, além de falarmos sobre sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente, é necessário fazer, agir. A RX preocupa-se com uma agenda ESG (práticas ambientais, sociais e de governança) no setor de eventos. Por exemplo, como descartar ou reaproveitar as montagens dos estandes? Como separar e cuidar do lixo gerado após a feira? Perguntas parecidas precisam ser respondidas no setor de transporte. Dessa maneira, teremos um lugar melhor para as futuras gerações se cada setor cuidar de seu impacto no meio ambiente.


O programa Renovar é outra novidade que estará presente na Fenatran. Qual a importância de a feira sediar o lançamento oficial do aplicativo do programa, que promete acelerar a renovação de frotas no país?


Sediar um lançamento como o Programa Renovar mostra a força e a importância da Fenatran. Além de promover negócios, a feira precisa cumprir uma agenda política e de conteúdo. Por isso, ser a plataforma de promoção de um programa que vai renovar a frota brasileira e aumentar a produtividade e a competitividade do nosso país é motivo de muito orgulho.


Qual a importância do apoio de entidades como a NTC&Logística, a CNT, a Anfir e a Anfavea para o desenvolvimento e o sucesso da Fenatran ao longo dos anos? Você acredita que essa proximidade é um dos pontos fortes para que o setor se desenvolva e cresça cada vez mais?


A Fenatran é um evento de muito sucesso devido ao apoio das três associações. Essa relação é de longa data e a cada edição se mostra mais forte. De um lado estão os expositores e do outro estão os compradores. Nosso papel é entender o desejo e a demanda de cada parte e fazer a conexão correta. Quanto mais estivermos alinhados em relação ao que queremos agora e quanto aos planos para o futuro do transporte de carga e da logística, melhor será para todos os envolvidos e, assim, para o Brasil. Devemos permanecer de “mãos dadas” em prol deste setor que movimenta o país.

Para finalizarmos nossa entrevista, gostaria que o senhor enviasse uma mensagem aos transportadores que estão nos acompanhando e que com certeza, estarão na Fenatran.


Os transportadores têm honrado ao longo dos anos sua grande missão de fazer a economia brasileira girar por todo o território nacional, movendo sonhos e novas oportunidades de negócios por todos os estados. O segmento tem avançado muito no uso de veículos com novas tecnologias, com melhores índices de consumo e menores níveis de emissões, e tem alcançado também padrões mais elevados de gestão e de produtividade no transporte. Fica aqui o meu convite para que todos acompanhem a forte retomada da Fenatran e para que se atualizem com todos os avanços e novas oportunidades da indústria. A visita dos transportadores é a fortaleza deste evento. Todos serão bem-vindos!

Mensagem para Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística:


Luiz, gostaríamos que o senhor também deixasse uma mensagem para o presidente Francisco Pelucio, que neste ano completará seu último ano da primeira gestão à frente da NTC&Logística.


Caro Franciso Pelucio, a quem carinhosamente chamamos de Chico: trabalhar ao seu lado, com o seu apoio, nestes últimos anos tem sido motivo de muito orgulho. Você é um líder para todos nós e um amigo fiel. Muito obrigado!


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