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Entrevista com Eduardo Rebuzzi

Eduardo Rebuzzi destaca atuação intensa da NTC&Logística em defesa dos empresários do transporte rodoviário de cargas

Vice-presidente da NTC&Logística, presidente da FETRANSCARGA e presidente da Seção II - Transporte Rodoviário de Cargas da CNT, Eduardo Ferreira Rebuzzi acredita que o segmento de transporte de cargas (TRC) tem crescido no país também em decorrência do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e vê que 2023 pode ser um ano ainda mais próspero para o segmento.


“Penso que 2023 poderá ser propício a um crescimento maior e, consequentemente, propício também para o nosso transporte rodoviário de cargas, que é a base para o funcionamento da economia e está presente em toda a cadeia logística”, comenta Eduardo.


Confira a entrevista completa:


Presidente Rebuzzi, como tem sido participar ativamente de três grandes entidades do setor – a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a NTC&Logística e a FETRANSCARGA – e quais os desafios enfrentados para se manter presente nas três frentes de atuação?


Resposta: Sem dúvida, é um grande desafio, mas também motivo de muita honra poder participar dessas três grandes entidades que representam o nosso setor. É inegável que isso demanda bastante trabalho, porém as atividades se complementam, considerando que os temas envolvidos são praticamente os mesmos, desde os da base do estado do Rio de Janeiro, da FETRANSCARGA, até os de âmbito nacional, inerentes à NTC&Logística e à CNT, que representa o TRC e outros modais de transporte. O que as difere é a área de atuação, já que a FETRANSCARGA interage também com os poderes públicos estaduais e com outras entidades do setor produtivo, sempre em consonância com os sindicatos do TRC RJ – SINDICARGA, SULCARJ, SETCANF, SINTRANSPORTES e SETC.


O ano de 2022 marcou o retorno dos eventos presenciais da entidade. Qual a relevância, para os empresários e para o setor de transportes, de esses eventos ocorrerem presencialmente?


Os eventos realizados pela NTC&Logística sempre foram referência para o setor tanto pelos aspectos técnico e político como pelo relacionamento entre empresários, lideranças, executivos, clientes, fornecedores. Durante a pandemia de covid-19, tivemos que trabalhar e nos reunir exclusivamente no modo virtual, o que foi um avanço proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico e atendeu plenamente àquilo de que precisávamos naquele período. Mas era imprescindível o retorno ao modo presencial, muito mais agradável e positivo para todos.


Como a NTC&Logística atuou para se manter próxima das empresas associadas e quais as principais conquistas obtidas neste ano para o TRC?


A NTC&Logística atuou intensamente e de diferentes formas junto às empresas associadas com reflexo para o TRC como um todo. Não foi, exatamente, um período em que obtivemos uma conquista marcante, como a que conseguimos em 2021 com a aprovação do PL 2541/21, que manteve a desoneração da folha de pagamento para o setor. No entanto, o trabalho foi constante em diversas frentes, tanto junto ao Legislativo como ao Executivo, em especial a ANTT, o MINFRA e órgãos de segurança, no que diz respeito ao combate ao roubo de cargas.


Foram mais de dois anos de impactos significativos da pandemia nos setores produtivos da economia brasileira. O ano de 2022 começou ainda com altos números de casos confirmados de covid-19, mas esse índice foi decaindo até que, no segundo semestre, o país voltou praticamente à normalidade. Qual a sua avaliação do ano de 2022 quanto ao desenvolvimento econômico e do TRC?


As recentes pesquisas e levantamentos apontam para uma recuperação da atividade nas empresas de transportes, consequência natural do crescimento do PIB nos últimos meses. Como sabemos, o transporte de cargas é atividade meio e depende das demais atividades econômicas ao mesmo tempo que dá o suporte logístico para que a economia possa crescer como um todo. Sem produção, paramos. Sem transporte, não há produção.


Na qualidade de presidente da Seção II – do Transporte Rodoviário de Cargas da CNT, quais os principais focos da entidade em prol do desenvolvimento do TRC ao longo do ano?


A Seção II – Cargas tem a atribuição de tratar dos assuntos e das demandas do setor com a participação direta das entidades filiadas e associadas e dos diretores eleitos. Assim, a responsabilidade do presidente da seção é a de coordenar esse trabalho e de conduzir as reuniões ordinárias e extraordinárias e os encaminhamentos decididos e necessários junto à Assessoria Parlamentar, às Diretorias Institucional e Executiva e à Presidência da CNT. Nesse sentido, a seção tem atuação permanente junto aos Poderes da República, em especial ao Congresso Nacional, aos ministérios e também à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).


Como dimensionar a importância de a NTC&Logística e a CNT estarem próximas e dialogarem para que decisões assertivas sejam tomadas com relação ao transporte de cargas?


A NTC&Logística faz parte da Seção II da CNT e tem importante participação em todos os assuntos relativos ao transporte rodoviário de cargas, presença constante nas decisões que envolvem nosso setor. Destaco, inclusive, o apoio técnico e jurídico que presta com sua excelente equipe de profissionais. Existe uma ótima relação entre as duas entidades, e, pessoalmente, me sinto muito honrado e confortável por atuar nas nossas duas entidades.


Na sua gestão como presidente da FETRANSCARGA, como a entidade tem atuado em defesa dos interesses do transporte de cargas no estado do Rio de Janeiro? Quais foram os principais desafios enfrentados pelo setor no estado em 2022?


A FETRANSCARGA atua em todos os espaços e movimentos, representando os interesses gerais da categoria perante as autoridades e os órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Participa diretamente, por exemplo, da Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística – Fórum de Desenvolvimento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), assim como do Conselho Empresarial de Logística e Transporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Atua junto ao governo do estado e suas secretarias; junto a entidades empresariais dos demais segmentos econômicos, como FIRJAN (Indústria), FECOMÉRCIO, ADERJ (Atacadistas e Distribuidores), ASSERJ (Supermercados), entre outras, tratando dos temas do setor e do desenvolvimento econômico estadual. Quanto aos desafios enfrentados, seguimos com o problema da segurança pública (roubo de cargas), ICMS (alíquotas, créditos e prazos de recolhimento), valores do IPVA sobre nossos veículos e continuidade das vistorias presenciais, para citar alguns.


Passando à análise de outros temas importantes que exercem impacto sobre o nosso setor, destacamos o aumento do número de roubo de cargas que o estudo da NTC&Logística apontou neste ano. Esta foi a primeira vez que os índices subiram desde 2017. Quais os fatores de influência para o aumento desses números, e o que deve ser feito para que novos aumentos não venham a ocorrer nos próximos anos?


Os índices tiveram uma queda significativa de 2017 para cá – no Rio de Janeiro, especificamente, na ordem de 58%. Entretanto, embora as polícias venham atuando com empenho e competência, e nossas empresas invistam muito em gerenciamento de risco e tecnologia, existe uma enorme falha estrutural causada pela deficiência legal, o que permite que os criminosos continuem portando e usando jammer e que os receptadores não sejam efetivamente condenados e presos com pesadas consequências para as empresas fraudadoras, que deveriam ser fechadas. Como falo sempre, por exemplo, não vemos itens como combustível, pneus, eletrodomésticos e remédios sendo comercializados nas ruas, nos camelôs. Para onde vão então?


Desde o ano passado, a NTC&Logística tem trabalhado de forma próxima com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Quais são os principais benefícios desse trabalho conjunto e como o senhor avalia a atuação da PRF no combate ao roubo de cargas?


Considero muito positivo o trabalho da NTC&Logística junto à Polícia Rodoviária Federal, com a liderança do amigo Roberto Mira e o apoio do coronel Paulo Souza. Mas os resultados e benefícios dessa ação conjunta serão mais efetivos com a imprescindível adequação das nossas leis, conforme relatei anteriormente.


Gostaria que o senhor falasse um pouco de suas expectativas para o ano de 2023. Como espera que o setor se desenvolva no decorrer do próximo ano?


Acredito que, após toda essa calamidade social e econômica causada pela pandemia da covid-19, começamos a voltar à atividade normal, embora ainda não com a velocidade de que precisamos. Assim, penso que 2023 poderá ser propício a um crescimento maior e, consequentemente, propício também para o nosso transporte rodoviário de cargas, que é a base para o funcionamento da economia e está presente em toda a cadeia logística.


Por último, gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para os transportadores que nos acompanham e estão tendo acesso a esta entrevista do Anuário NTC&Logística.

Aos amigos transportadores, agradeço a confiança depositada em nosso trabalho.


Tenham a certeza de que procuramos realizá-lo da melhor forma possível, buscando transpor os obstáculos gerados pela pandemia – inclusive com a paralisação quase total das atividades – e agora gerados também pelo aumento de custos provocado pela guerra na Ucrânia.


Procuramos todos os meios de minimizar as consequências negativas para as nossas empresas e trabalhadores. Se não conseguimos fazer tudo, entendo que fizemos muito.

Abraço a todos e sigamos em frente. Viva o Brasil, e que Deus nos abençoe!

Mensagem para Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística:


Presidente Rebuzzi, gostaríamos que o senhor também deixasse uma mensagem para o presidente Francisco Pelucio, que neste ano completará, junto ao senhor, o último ano da primeira gestão à frente da NTC&Logística.


Caro amigo e presidente Francisco Pelucio,


No Anuário da NTC, encerrando 2020, respondi a uma pergunta sobre como me sentia ao seu lado, como vice-presidente, dizendo haver recebido seu convite com especial alegria e certeza de que poderíamos realizar um bom trabalho pelo TRC à frente da NTC.


E assim estamos chegando ao final desses três anos, vividos com muita dedicação e competência para superar os inúmeros desafios que enfrentamos juntos nesse período.


Obrigado pela sua confiança, que é recíproca, e sigamos em frente.


Fraterno abraço, um feliz 2023 e que Deus nos abençoe!

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