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Plataforma iPaaS viabiliza a transformação digital na logística


A transformação digital não é um conceito novo e tampouco pode ser ignorada. Nos últimos anos, as relações, as experiências e os negócios têm sido fortemente impactados pelo uso de novas tecnologias.


Grandes ou pequenas companhias recorrem a soluções e a sistemas dos mais variados para aumentar a eficiência, reduzir os custos, melhorar a produtividade ou otimizar o planejamento e a tomada de decisões.


Hoje, a geração de dados é infinitamente maior do que quando a internet e o smartphone surgiram, “revolucionando” o mundo. Entramos, definitivamente, na era da hiperconexão e da hiperautomatização.


Assim, não é exagero afirmar que a sobrevivência das empresas vai depender da forma como elas se integram, se conectam e se digitalizam e da agilidade que terão para acompanhar as novas tendências.


O transporte de cargas é um exemplo de como as operações podem ser complexas e do quanto a integração dos dados se faz necessária. Se nos anos 2000 o uso de GPS parecia revolucionar o transporte de cargas, a logística 4.0 requer agora muito mais conexão, comunicação, integração e tecnologia para a troca de informações.

Complexidade da supply chain


A cadeia logística é altamente complexa e requer interface com diferentes players: embarcadores, operadores logísticos, transportadores, corretores, seguradoras, gerenciadoras de risco, órgãos de fiscalização e controle, Secretaria da Fazenda, Receita Federal, Vigilância Sanitária, fornecedores de diferentes áreas (combustível, pneus, manutenção, sistemas de tecnologia da informação (TI)), plataformas de contratação de frete etc.


Some a isso a burocracia gigante para a emissão de documentos, para o pagamento de taxas e de impostos, averbações, outras demandas e pronto: sua empresa precisa lidar com um sem-fim de documentos e protocolos individuais que, mesmo feitos de forma eletrônica, devem ser acessados e conferidos individualmente e em diferentes plataformas.


Desafios tecnológicos do e-commerce e omnichannel


A expansão do comércio eletrônico no Brasil é outro exemplo dos desafios e das dificuldades que as empresas têm quando precisam lidar com o grande volume de documentos, de burocracias e de dados gerados na cadeia de suprimentos.


Fenômeno recente, o e-commerce se tornou o grande vetor de aceleração da transformação digital e confirma o empoderamento do cliente conectado, que pressiona toda a cadeia de suprimentos.


Um levantamento da revista Harvard Business Review mostra que 73% dos clientes já utilizam canais de compras diferentes e que o mesmo percentual, aponta outro estudo da Accenture, espera preços iguais no on-line e no off-line.


A expectativa é de que o e-commerce represente um quarto do total de vendas globais do varejo até 2025. Se a vida dos consumidores agora é digital, a mudança de cultura e de estratégias no setor logístico é obrigatória.


Logística 4.0


Para atender ao perfil dos clientes atuais, surgiram novos modelos de negócios alinhados à logística 4.0, como os microhubs, os hyper local fulfillment centers ou as dark stores – locais para armazenamento, separação e envio dos produtos comprados exclusivamente pela internet, sem atendimento ao público.

Outra tendência é o ship from store. A compra feita em e-commerces, em marketplaces ou em qualquer outro canal de vendas sai diretamente do estoque da loja física mais próxima. Na mesma pegada das entregas ultrarrápidas, surgiram o same day delivery (entregas feitas no mesmo dia da compra) e o same hour delivery (entrega realizada imediatamente após a venda).


Diante desse cenário, não há mais dúvidas de que a transformação digital rompeu barreiras e vai obrigar o setor logístico a se manter atualizado, com processos, canais de venda e pontos de distribuição totalmente integrados.


Assim, não é exagero dizer que o omnichannel é mais do que uma tendência, é uma demanda urgente e inescapável para as empresas, mas que só funcionará, de fato, se houver uma integração completa e eficiente baseada em soluções disruptivas.


Todas essas novidades passam pela hiperautomação e pela capacidade das empresas de processar atividades e de integrar dados em uma só plataforma com tecnologias avançadas como robotic process automation (RPA), process mining (PM), machine learning (ML) e inteligência artificial (IA).


Com isso, as dezenas ou centenas de conexões feitas atualmente por sistemas logísticos diferentes serão substituídas por uma plataforma unificada que, finalmente, vai combinar e centralizar as atividades, tornando os processos logísticos integrados e fluidos.


Logtechs e soluções especializadas


Ao contrário do que se pensava no passado, com sistemas que pretendiam gerenciar todo o processo logístico, as startups vêm oferecendo soluções superespecializadas, focadas em resolver muito bem uma determinada dor do cliente, seja de roteirização, de casamento entre oferta e demanda de fretes, de prova de entrega, de meio de pagamento eletrônico, de otimização dos processos ou de gestão da burocracia.

Tais soluções especializadas demandam um processo de integração com os demais sistemas da empresa.


Desafios de integração entre sistemas


Estudos indicam que uma empresa média pode ter mais de 50 diferentes sistemas com dados fragmentados devido à falta de integração. Além disso, quanto mais a tecnologia avança, mais cresce o volume de dados gerados, tornando praticamente impossível a sincronização por processos manuais.


Essa complexidade – somada às demandas da transformação digital e ao excesso de sistemas e de softwares desconexos adotados nas empresas, sem uma visão do todo e sem a preocupação com a integração – cria diversos problemas.


Hoje, as empresas atuam com uma integração ponto a ponto, ou seja, dependem de várias conexões diferentes, uma para cada sistema, parceiro, cliente ou fornecedor, o que cria uma série de ramificações e de interfaces. Além disso, e-mails, planilhas, trocas de mensagens por aplicativo, ligações telefônicas, tudo isso ainda é amplamente utilizado.


Dependendo do porte e do perfil da operação, do modal utilizado, do tamanho da frota, do volume de carga movimentado, das particularidades para o embarque e das regras para o transporte, a lista de agentes envolvidos no processo logístico também aumenta.


E mais: o desafio da integração não é apenas com players externos. É comum que nem as áreas da empresa e os sistemas utilizados para atividades internas estejam integrados, obrigando os times a “transportar” – muitas vezes por meio de redigitação – os dados de um sistema para outro.


Solução necessária


Para que todas as informações circulantes sejam úteis e façam sentido, a solução é uma plataforma de integração como serviço (iPaaS, do inglês integration platform as a service). Só ela é capaz de gerenciar os fluxos de dados, de oferecer visibilidade integral dos processos logísticos e de transformar informações em subsídios confiáveis para a tomada assertiva de decisões.


Um levantamento do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) confirma a dificuldade das empresas de fazer integrações e a urgência na adoção de ferramentas iPaaS. De acordo com o estudo, cerca de 60% dos líderes de TI revelam que suas organizações têm mais de 100 diferentes sistemas em uso e que 89% delas não dão conta do backlog de integração.


Em 74% dos casos, as empresas admitem não ter recursos suficientes para lidar com as demandas, e 66% já consideram a adoção de um iPaaS em seus planejamentos.


O conceito de iPaaS


Se existe um caminho possível para a rápida aceleração da digitalização das empresas, ele é o iPaaS. A plataforma conecta vários sistemas e dados gerados pelas empresas, permitindo a comunicação e os compartilhamentos necessários.


A solução tem pouco mais de dez anos e surgiu para suprir as necessidades de negócios que precisam criar fluxos de informação entre departamentos e agentes externos de maneira rápida, simples e segura – justamente como é o caso da cadeia de suprimentos, na qual a integração é essencial para a troca de dados com outras dezenas de empresas, entidades fiscais e órgãos governamentais.


O iPaaS é a revolução do conceito de integração, com soluções em nuvem para uma gama de cenários favoráveis à integração de dados, aplicativos, sistemas, processos, internet das coisas, gerenciamento de API (interface de programação de aplicação) etc. Ou seja, o iPaaS pode conectar qualquer combinação de sistemas dentro de uma mesma plataforma e em um único ambiente.


Se comparada às soluções tradicionais de integração, o iPaaS torna os fluxos de integração muito mais rápidos e seguros, com uma série de outras vantagens como:


  • redução de custos;

  • aumento da produtividade e eficiência;

  • aumento da flexibilidade e da versatilidade para se conectar a novos sistemas;

  • redução de erros, de retrabalhos e de trabalhos duplicados;

  • sincronização e atualização dos dados comuns a diversos sistemas e processos;

  • mais segurança (no Brasil, uma em cada quatro empresas sofreram algum tipo de ataque cibernético no primeiro semestre de 2022 segundo pesquisa da BugHunt, plataforma de segurança digital);

  • agilidade e melhoria na tomada de decisões;

  • mais segurança no tráfego de dados com procedimentos de verificação e de autenticação, além de redução das conexões de destinos.


Uma plataforma iPaaS, segundo descreve o Gartner, precisa incluir ferramentas e tecnologias que ofereçam suporte aos fluxos de integração, ao desenvolvimento e ao gerenciamento de todo o ciclo de vida das informações. Além disso, deve garantir a governança das integrações, o que requer recursos essenciais de nuvem como multitenancy, elasticidade e autoprovisionamento.


1) Low code


Ao utilizar um sistema low code, o iPaaS ganha interfaces visuais, recursos simples e intuitivos – como arrastar e soltar –, permitindo que usuários sem conhecimento avançado em tecnologia se beneficiem, reduzindo significativamente o tempo de implantação do sistema.


2) Integração N:1:N


Neste tipo de arquitetura de integração, o iPaaS é o conector central e recebe todos os softwares que precisam ser integrados. Basta a cada empresa fazer uma única integração que automaticamente estará conectada com todas as demais empresas e sistemas da plataforma.


Plataforma centralizada e segura


Imagine o nível de produtividade, de agilidade e de acurácia das empresas que tiverem seus softwares, sistemas e aplicativos todos integrados e sincronizados em uma plataforma única. É isso que um iPaaS possibilita, facilitando o gerenciamento, a conexão e o trânsito de dados.


O estudo Hype Cycle for Cloud Platform Services 2022 (em tradução livre, “hype cycle dos serviços de plataformas em nuvem”), do Gartner, mostra que o iPaaS será um dos protagonistas da transformação digital, impulsionando o crescimento dos negócios e integrando não apenas aplicativos e dados como também ecossistemas, APIs e processos fundamentais aos negócios.


Até 2024, cerca de 75% das empresas vão usar pelo menos duas ferramentas diferentes de integração. E isso não se aplica apenas a grandes organizações: negócios de médio e de pequeno porte que precisam lidar com processos complexos – como é o caso da logística brasileira – também se beneficiarão com a versatilidade e com a facilidade de acesso.


iPaaS como estratégia de negócio


A simplificação de integrações complexas é capaz de promover uma real transformação digital, e companhias de diversos segmentos já entenderam isso.


Uma das maiores empresas do Brasil no agronegócio precisava de uma plataforma de integração para o desenvolvimento de APIs que conectasse clientes e parceiros. Com uma solução iPaaS, desenvolveu mais de 70 APIs em menos de duas semanas, permitindo que a equipe de TI se concentrasse no core business sem se preocupar com escalabilidade e infraestrutura.


Um fabricante de cosméticos seguiu o mesmo caminho. Com o crescimento das vendas on-line, percebeu a necessidade de digitalizar todo o processo de vendas – até então manual. Além de demandar tempo e esforço da equipe, o modelo gerava atraso nas entregas aos clientes.


Com a integração em uma plataforma iPaaS, os dados do ERP foram completamente integrados à solução de vendas, o que tornou o processo digitalizado de ponta a ponta, desde o pedido pelo e-commerce até o faturamento. O resultado? Redução nos prazos de entrega para os franqueados. Antes da integração, o pedido demorava 15 dias para sair. Agora, sai em até 5 dias.


Nstech na vanguarda


A nstech é um ecossistema conectado de tecnologia e está construindo, junto com os elos dessa cadeia, o futuro digital do transporte de cargas com soluções completas para a logística e mobilidade.


Uma iniciativa pioneira e estratégica foi o investimento na APIPASS, uma startup inovadora responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma avançada de iPaaS. A partir dessa tecnologia, a nstech está criando a sua própria plataforma iPaaS.


Juntas, as 23 empresas que compõem o ecossistema nstech atualmente oferecem mais de 100 produtos de software ao mercado. Devido à abrangência dessa oferta de produtos, não é incomum um mesmo cliente ou parceiro de negócios se relacionar digitalmente com mais de uma empresa da nstech.


Originalmente, o acesso a cada sistema de cada empresa deveria ser feito um a um. A partir da nova plataforma, todos os sistemas dessas 23 empresas estarão integrados entre si, facilitando a disponibilização aos clientes comuns, maximizando a sinergia e viabilizando o cross-selling.


Adicionalmente, a plataforma iPaaS da nstech será aberta à integração com empresas fornecedoras ou consumidoras de tecnologia e de serviços logísticos do mercado. O primeiro caso, já em fase de implantação, é a integração de uma gerenciadora de riscos do mercado com o sistema de gerenciamento de transporte (TMS) de uma das empresas da nstech.


O futuro é agora!


Sabemos que a logística envolve operações altamente complexas e com muitas particularidades. A cada dia, as empresas precisam de novas soluções para resolver demandas específicas – as soluções existem, mas estão pulverizadas, sem uma integração completa e real.


Entretanto, esse problema acaba agora. Graças à iniciativa da nstech, todas as ferramentas logísticas – próprias ou de outros players do mercado – ficarão concentradas em um hub digital de integração.


Ao se integrar à plataforma, qualquer empresa de qualquer lugar estará, definitivamente, ligada aos demais sistemas da cadeia de suprimentos. O investimento e os esforços para a oferta de uma plataforma iPaaS única eram as peças que faltavam no quebra-cabeças da transformação digital e que, certamente, vão revolucionar a logística.


Agora, sim, podemos consolidar o que vínhamos chamando de transformação digital. Bem-vindos ao que é, de fato, a logística 4.0!


Sobre Cileneu Nunes


É head of corporate venture capital na nstech. Formado em engenharia eletrônica pela Escola Politécnica e bacharel em administração de empresas pela Universidade de São Paulo (USP), é cofundador e ex-CEO da Omnilink, ex-presidente da Gristec, além de mentor e investidor em startups.

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