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Rodovias catarinenses precisam de investimentos a curto prazo


Osmar Ricardo Labes, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (SETCESC)

A malha viária de Santa Catarina, federal e estadual, necessita urgentemente de investimentos elevados. Convivemos com vias completamente comprometidas e defasadas. O maior exemplo é a BR-470, um dos mais importantes eixos econômicos e sociais de Santa Catarina: são 472,3 quilômetros de extensão, cortando áreas de grande importância econômica.


Há décadas, a população clama por sua duplicação. Se transformou numa novela com capítulos que parecem intermináveis e com investimentos chegando a conta-gotas. O primeiro passo foi dado em 2013, com o início da obra em seus primeiros 73 quilômetros, divididos em quatro lotes, entre Navegantes e Indaial.


O cronograma inicial previa a conclusão até 2017. Tentamos nos manter otimistas, apesar dos constantes cortes de verbas federais, que totalizaram R$ 43 milhões a menos somente neste ano.


O aporte de 300 milhões com o estado e a sanção do orçamento da União, prevendo R$ 81 milhões para a rodovia, permitiriam a revisão da programação por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e das empreiteiras, mas não vêm surtindo o efeito desejado.


Infelizmente, Santa Catarina figura na Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) como o estado com as rodovias mais problemáticas do Brasil. Um estudo divulgado no primeiro semestre apontou que sete em cada 10 quilômetros das principais rodovias de Santa Catarina estão em más condições. A entidade estima necessidade de investimentos de até R$ 2,89 bilhões para recuperá-las.


Um trecho de 59 quilômetros da BR-163, ligando São Miguel do Oeste a Dionísio Cerqueira, município que faz divisa com o Paraná e a fronteira com Bernardo de Irigoyen (Argentina), é considerado péssimo em todos os três grupos de características analisadas pelo levantamento: condições da pavimentação, sinalização e geometria da via.


No estudo, Santa Catarina tem seus piores resultados neste último grupo, com algum problema deste tipo em 2.293 quilômetros de rodovias (71%). Problemas de sinalização aparecem em 68,6%, e os de pavimentação estão em 58,7% das rodovias avaliadas.


Somente no oeste do estado, a estimativa é de que 1,1 mil carretas circulem por dia nas rodovias estaduais e federais. O custo logístico da indústria é de 14% do valor do faturamento bruto das empresas, percentual muito superior ao de outras regiões do Brasil ou de outros países. Metade desse valor é referente a despesas com transporte.


Pagamos o preço em nossa competitividade. Aqui, o custo do transporte de cargas é 27% mais alto do que a média brasileira. Para piorar, a insegurança causada pela má condição das rodovias posiciona Santa Catarina como um dos estados com maior número de acidentes de trânsito com vítimas no país.

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