O início de novas gestões à frente dos governos estaduais e federal marcam também a possibilidade de termos políticas públicas que aperfeiçoem a infraestrutura brasileira, sobretudo o modal rodoviário, responsável por movimentar aproximadamente 60% de todas as mercadorias no país.
Em ano de retomada – e após um longo período de impacto em todos os segmentos econômicos em função da pandemia causada pela covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia –, é perceptível que há bandeiras importantes que precisam ser defendidas pelos gestores públicos.
Nós, do transporte rodoviário de cargas (TRC), somos conscientes do nosso papel fundamental para retomada e para o fortalecimento da economia. No entanto, há ações de responsabilidade dos governos estaduais e federal para que esse papel se torne efetivo.
O investimento na infraestrutura é historicamente baixo. Na década de 1970, o Brasil chegou a investir cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura rodoviária. Hoje, segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), essa proporção tem se mantido abaixo de 0,30%, algo incompatível com a necessidade atual. A consequência disso é a malha rodoviária destruída e o índice elevado de acidentes e de mortalidades. Não podemos aceitar essa triste realidade das rodovias: precisamos reagir para reverter esse cenário.
Em síntese, a alternativa é garantirmos investimentos compulsórios em infraestrutura rodoviária atrelados a um percentual constitucional, a exemplo da educação e saúde.
Uma vez aprovados e inseridos esses dispositivos na carta magna do país e dos estados, a aplicação de valores do orçamento público permitirá corredores rodoviários de melhor qualidade e, principalmente, diminuirá a taxa de acidentes e vítimas.
A infraestrutura rodoviária é um dos principais desafios do Brasil para que tenhamos condições mínimas de desenvolver nossa atividade com segurança, produtividade com custos minimamente aceitáveis. É imprescindível a retomada de investimentos para que tenhamos a mudança de cenário.
Somos constantemente penalizados pelo aumento dos custos, pelo salto do preço do óleo diesel, de pneus e de veículos, pela carência de mão de obra qualificada e de insumos de modo geral, somando-se a tarifas de fretes não equilibradas.
Portanto, precisamos de eficiência/efetividade na gestão pública e que os investimentos sejam convertidos de fato em melhorias que atendam ao TRC e à sociedade como um todo.
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