Em mais de 35 anos atuando na área de transporte, trilhei um caminho natural e do qual me orgulho muito. Hoje, como presidente do maior sindicato patronal da América Latina, compartilho como está sendo este novo desafio de gestão e quais são as minhas perspectivas para os próximos meses.
Este (quase) um ano como presidente tem sido uma experiência muito interessante, até o momento satisfatória e com bons resultados. Embora já estivesse na casa há muitos anos, é sempre uma emoção nova. Já percebo que a luta para atingirmos as nossas bandeiras é complexa, mas ininterrupta, e que a coletividade é o que faz as coisas acontecerem.
Aliás, falando de nossas bandeiras, faço questão de compartilhar as que levantamos diariamente. O combate ao roubo de carga e luta pela redução da carga tributária são ações permanentes na entidade, que não podem – em momento algum – se dar por vencidas ou resolvidas e que sempre serão nossas prioridades. Há também outras pautas constantes, como a redução da burocracia com a logística sem papel; a continuidade da evolução da reforma trabalhista para trazer maior segurança jurídica às empresas; e a mobilidade urbana vista de forma ampla e contemplando a carga – afinal, onde há pessoas, há necessidade de serviços e produtos. Além disso, o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) implementou com grande fervor e foco a bandeira da ampliação feminina no setor de transporte de cargas por meio do Movimento Vez e Voz, o qual eu apoio totalmente.
Essas ações, assim como tantas outras às quais nos dedicamos, surtem resultados graças ao comprometimento e ao engajamento da equipe interna. Temos um trabalho bastante participativo, e todos possuem voz em suas funções. Seguimos com uma fluidez e uma entrega muito grandes, tanto que vemos, mais e mais, o crescente número de associados, o que reflete o desempenho da entidade como um todo.
Direcionando o caminho do transportador
O transporte está ligado a uma direção, que pode existir em diversos sentidos. Acredito muito nisso, e, claro, o nosso lema para essa gestão não poderia ser diferente. “Direcionando o caminho do transportador” foi escolhido para auxiliar cada vez mais o transportador, principalmente o pequeno e o médio empresário, oferecendo uma direção para que ele tenha um rumo mais assertivo.
Podemos ser o “GPS” do transporte no que tange à gestão, à orientação tributária e jurídica e às análises de mercado, entre outros. O intuito é sermos uma direção propriamente dita e mostrarmos o caminho mais curto para o destino tanto de quem já tem uma tradição no segmento quanto para quem iniciou ou está iniciando esse serviço.
Um dos maiores desafios em uma entidade é a integração de todos os associados, é conseguir ter mais unidade no sentido de poder ter um número maior, porque quanto mais força você tiver, mais você tem musculatura para resolver os problemas, para negociar com o poder público e para passar pelas adversidades mostrando a importância do setor. Porém, não podemos prever o cenário futuro. Vivemos em uma inconstância que depende de muitos fatores, mas a certeza que temos é a de que conseguimos enfrentar e superar o que quer que apareça.
Eu sou muito otimista com as nossas atividades; acredito que temos um segmento digital para qualquer economia e em qualquer parte do mundo. E quando falamos de transporte, falamos de globalização. No nosso caso em específico, o modal rodoviário sempre vai ser um setor-chave, de ligação. Costumo dizer que o avião não chega no supermercado, o trem não chega na farmácia e o navio não chega no comércio. O caminhão chega.
O transporte delimita credibilidade em um futuro cada vez mais próspero, tecnológico e colaborativo. É um setor que não acaba. Ele vai se transformando e se adequando dia após dia às novas necessidades, às tecnologias, aos novos modus operandi, e se adapta de acordo com a evolução industrial e comercial. O transporte é e sempre será um setor primordial para qualquer época.
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