Os cuidados com o meio ambiente e a busca pelo desenvolvimento sustentável visando ao equilíbrio dos negócios nos aspectos econômico, social e ambiental constituem boa parte da atenção de qualquer empresa que quer se ver perene em seu mercado.
Isso tem um motivo: segundo pesquisa do Instituto Akatu, na hora de comprar, 59% dos consumidores levam em consideração se a marca em questão tem impactos negativos sobre o meio ambiente. Diante dessa realidade, a sustentabilidade tem sido cada vez mais vista como uma vantagem competitiva para as empresas.
Ao trazer essa questão para o setor de transporte, é fato que a nossa responsabilidade aumenta, pois o desafio da poluição das grandes cidades gerada pela emissão de fumaça preta de veículos motorizados ainda é grande e, apesar dos muitos esforços, continua crescente em alguns lugares. Ainda que tenhamos visto por aí diversos avanços sobre o uso de veículos elétricos, percebemos que essa é uma realidade ainda longe de nós, e o diesel, combustível mais utilizado por caminhões e ônibus, ainda é o mais poluente.
Felizmente, os transportadores já perceberam a importância econômica e ambiental do controle de emissão de poluentes de suas frotas. Dessa forma, podemos contar com iniciativas como o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte, criado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o SEST SENAT – duas instituições visionárias, com o olhar sempre à frente, que não medem esforços em proporcionar oportunidades e inovações para um transporte mais seguro, limpo e rentável.
Hoje, o Despoluir, que completou 14 anos de atuação em 2021, é o maior programa ambiental da iniciativa privada do Brasil. Temos o privilégio de poder contar com um programa que vai até as empresas para engajá-las em ações de cuidado com o meio ambiente e de contribuição para a melhoria da qualidade de vida e do ar, gerando também ganhos com a avaliação gratuita da saúde das frotas.
Mas um esforço não anula tantos outros. Precisamos, com urgência, avançar no diálogo sobre o biodiesel de forma que tenhamos um combustível que evite danos ao meio ambiente e também à mecânica dos veículos. Também precisamos incentivar a redução do consumo de combustíveis fósseis, tornar mais eficientes veículos pesados, promover o uso de tecnologias menos poluentes e promover avanço de outras matrizes energéticas em prol do setor, como os veículos elétricos.
Pensar na sustentabilidade é pensar em nosso propósito, em nosso futuro e em nosso legado. É saber que somos responsáveis pela qualidade de vida da nossa geração e de todas aquelas que ainda estão por vir. É saber utilizar as ferramentas que temos em mãos, incentivar o uso dessas ferramentas e estar aberto ao conhecimento e às novas tecnologias que se apresentam.
Sérgio Pedrosa
Presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) e diretor da NTC&Logística
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