O transporte rodoviário de cargas (TRC) brasileiro é um modal responsável pela grande movimentação das mercadorias, chegando a mais de 65%, motivo pelo qual torna-se ainda mais desafiador encontrar soluções para que o segmento continue se desenvolvendo como um todo.
Além de sermos um dos principais atuantes no mercado de trabalho, os nossos serviços não se limitam às nossas fronteiras. O Brasil vem oferecendo seus serviços no âmbito internacional, principalmente aos países que compõem o Mercosul, acarretando mais a responsabilidade da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), principal entidade brasileira do transportador, de encontrar estratégias para que os desafios recorrentes se tornem menores aos transportadores.
Como vice-presidente de assuntos internacionais do transporte internacional da NTC&Logística, acompanhei ativamente tudo que ocorreu nos últimos três anos e trago para vocês um panorama de como temos nos comportado e idealizado estratégias diante de situações adversas.
Não podemos deixar de citar o momento mais desafiador que a pandemia nos trouxe em 2020, com muitas incertezas em todas as diretrizes que acompanhavam esse momento, muito por falta de informações ou até mesmo de conhecimento sobre como se comportar diante da covid-19.
O isolamento social causou problemas para o transporte de cargas com a dificuldade de exportação e de importação entre os países sul-americanos, que começaram a exigir exames de coronavírus para a entrada em seus territórios, ocasionando uma demora na realização dos serviços.
Porém, para aliviar e para entender como podíamos administrar toda essa situação, nós da NTC&Logística tivemos diversos encontros com as instituições e associações nacionais, além dos órgãos públicos, sempre buscando uma resolução para os desafios encontrados pelos transportadores internacionais de cargas.
Dessa forma, conseguimos melhorar a situação burocrática, mantendo protocolos de segurança, é claro, mas agilizando-os, para garantir o bem-estar da saúde dos nossos motoristas e a otimização dos custos das transportadoras.
Falando em custos, mesmo com as atividades que fizemos frente às lideranças do setor para amenizar as situações burocráticas, as movimentações de mercadorias enfrentam algumas dificuldades desde o ano passado. Além disso, só este ano houve diversos aumentos no preço do diesel, o que afeta diretamente o valor do frete, entre outros fatores que historicamente compõem nosso ciclo de desafios.
Sabemos que a situação vinda de um momento pandêmico não é fácil, mas já percebemos certa melhora. A NTC&Logística tem dedicado parte do seu tempo por meio da sua área técnica divulgando os índices e planilhas e as referências de custos para ajudar na formação de preços. Além disso, claro, o CONET, principal evento da nossa entidade que traz os resultados dos estudos da área técnica da entidade e que impactaram o transporte rodoviário de cargas nos últimos anos.
O Brasil vem crescendo economicamente. Em 2023, teremos a motorização EURO6, e isso de alguma maneira acabará frenando a venda de caminhões e os investimentos dos transportadores em renovação de frota. Contudo, o TRC vai continuar crescendo, principalmente pela falta de navios na América do Sul agravada também pelo aumento substancial nas tarifas de frete do setor marítimo.
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